Um giro ao sol,ciranda poética

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A chama me chama.


Eu não quero luz nem dia. Quero essa vela do agora. Essa que faz um círculo no teto. Que ilumina os olhares. Só ela. Nada distante, nada. Tudo perto de mim, da noite. Tudo perto e quente, o que é mais importante. A sombra me faz pensar. As músicas... Ah as músicas. Sempre elas. Risadas, fumaças de incenso, tudo.
Mergulhei tanto hoje. Foi, mergulhei nos meus sonhos, enquanto estava com a cabeça debaixo da água da piscina. Dois mergulhos profundos. Lembrei que não posso... Tentei acreditar no que sentia e agora percebo que não posso, não pode. O que pode? – passa um vento com cheiro de nada agora- . Tudo lá do alto, lá onde tinha uma nuvem que chovia. Não consegui distinguir a chuva de fora e a chuva de dentro. Lembrei de novo que... apenas lembrei. Voltei pra vela, para aquela noite, aqueles vinhos e aquelas pessoas. Sinto a música “Maravida” de Gonzaguina por inteiro. É, senhores, tenho sentido o inteiro das coisas mesmo. De um sorriso, de um desdém, de um carinho, olhar ... tanta coisa. Tenho preferido os bichos. A sinceridade deles e mais nada. Ah, claro... e aquela farofa de soja! Estou sendo “presa” pelo estômago. Sim, pode soltar –aquela- gargalhada-gostosa, foi o que acabei de fazer. Depois desses mergulhos, nada como um bom canto de qualquer lugar para ficar. Eu amo um canto. Como disse uma vez em um texto meu, “ ...no canto com os cantos dos pássaros”. Fico impressionada como posso recriar tudo do mesmo jeitinho que foi. Acabo de fechar os olhos e ouço “relicário” de novo. É um de novo tão doce. Um timbre tão macio, tão carinhoso... outras horas, “firino” e delicado .
O que acontece agora, é que não tenho idéia mais de nada sobre algumas vontades, por conta dos mergulhos e das chuvas. É tudo sentimento, ao mesmo tempo saudade. Eu sei que ta tudo misturado aqui. Foi à música. Essa música que escuto agora. “ Pois É” de Los Hermanos. Vou dormir ao som dela e deixando bem claro que o claro da luz, só o amarelado das velas.
- sem conversas, segredos nem tempo. Guardo tudo junto com o meu silêncio e sumo.




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