POETA CASE LONTRA MARQUES
Abaixo um dos poemas do livro Movo as mãos queimadas sob a água:
.
(DE SOBREAVISO)
....
invado uma visão inventada,
cuja
instabilidade não prejudica
minha
elaboração,
pois a faço
nascer não do esforço,
mas
do fracasso
da precisão; uma visão
que
atiro ao atrito,
que
lanço à laceração;
uma visão
de que me destituo
para
a manter em constante
conflito,
em
constante
construção,
como
o murmúrio
a que me vinculo
quando
intrometo
o meu
desconhecimento,
a minha
insuficiência
no intervalo
de um tempo
dedicado — apesar de escasso —
à extensão,
tentando ver,
tentando
mastigar o que também
puder se doar,
depois
de penetrar o abandono,
a incompreensão,
o que
também
puder se expor
a um ritmo
quando
muito intuído,
que
nos sobreleva
enquanto
respiramos
apenas
coagidos
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